Confira neste artigo o motivo do dólar ter sua alta
Nesta
sexta-feira (14), o dólar começou em queda, mas depois subiu em função dos
dados de vendas no varejo dos Estados Unidos que mostraram uma queda maior do
que o esperado em março, indicando uma possível desaceleração da economia no
final do primeiro trimestre devido às taxas de juros mais altas. Enquanto isso,
o Ibovespa operou em queda, mas deve fechar a semana com uma forte alta.
"Eu acredito que boa parte desse movimento seja justificada, primeiro, por
uma correção dos dias anteriores, quando a gente teve altas bem
significativas", comentou Matheus Sanches, sócio e analista da Ticker
Research.
O
Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou pela manhã que as vendas
no varejo caíram 1% em março, contra uma estimativa de 0,4% dos economistas
consultados pela Reuters. Os dados de fevereiro também foram revisados para
mostrar uma queda de 0,2%, em vez do 0,4% relatado anteriormente. Esses números
reforçaram a percepção de que o Federal Reserve (Fed) deve diminuir o ritmo de
alta dos juros nos Estados Unidos, o que tende a provocar uma tendência de
queda do dólar.
Além
dos fatores externos, a apresentação da proposta de arcabouço fiscal do governo
tem colaborado para o salto do real, segundo Pizzani. Ele afirmou que a
"harmonização das políticas fiscal e monetária torna o Brasil mais
atrativo". Além disso, os operadores têm repetido que o nível da taxa
Selic, atualmente em 13,75%, oferece uma rentabilidade interessante para
investidores estrangeiros que buscam lucrar com estratégias de câmbio que se
aproveitam de diferenciais de juros. "Existe espaço para o dólar continuar
abaixo de R$ 5; temos juros elevados, e, mesmo que o BC cortasse a Selic, ainda
teríamos um juro real muito elevado", disse Pizzani. "Além disso, a
gente está entrando num período muito positivo para nossa balança
comercial", completou ele, citando otimismo em relação às safras de soja.
No
noticiário do dia, o mercado repercutiu a divulgação de dados do setor de
serviços em janeiro. Após atingir um recorde histórico em dezembro de 2022, o
volume de serviços caiu 3,1% em janeiro, de acordo com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatísticas (IBGE). No entanto, na comparação com o mesmo mês
do ano anterior, houve uma expansão de 6,1%. "O dado de serviços veio bem
abaixo da expectativa, mostrando que a economia local está desacelerando de uma
forma muito mais rápida do que se esperava", disse Matheus Sanches, sócio
e analista da Ticker Research.
O
setor de serviços vinha apresentando resultados positivos nos últimos dois
anos, impulsionado pela reabertura da economia após a pandemia de Covid-19, mas
neste ano não deve ganhar muito mais força, uma vez que, assim como o restante
da economia, está começando a sentir com mais força os efeitos defasados da
elevação dos juros no país
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