Com o anúncio do reajuste da gasolina o valor das ações PETR3 e PTR4 da Petrobras desabaram

Com relação a valor de mercado, o prejuízo pode chegar à R$ 27 bilhões até quarta-feira.

Ainda que, a Petrobras tenha feito o anúncio do reajuste de 5,18% no preço da gasolina vendida às distribuidoras, que ultrapassa o valor de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro e do diesel, de 14,26% e passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.

Desse modo, no início do amanhã de hoje 17 de junho, após a abertura da B3, as ações da empresa apresentaram uma forte desvalorização.

Logo após terem derretido até mais de 10% durante os negócios, as ações se recuperaram perto do fim do pregão e ações ordinárias fecharam em baixa de 7,25%, a R$ 29,93, já as preferenciais caíram 6,09%, a R$ 27,31.

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Com relação a valor de mercado, o prejuízo em dado momento chegou a superar R$ 37 bilhões, mas acabou fechando o dia em R$ 27,3 bilhões.

Governo faz pressão sobre aumento reajuste dos combustíveis

Todavia os investidores reagem à pressão que o governo colocou sobre a companhia, visto que o novo reajuste vem em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro e sua base de apoio tentam reduzir tributos sobre a gasolina e o diesel para deixar os combustíveis mais baratos.

Além disso, ontem, durante o feriado, o conselho de administração da Petrobras foi convocado para uma reunião extraordinária, para tratar dos reajustes, mas acabou concluindo que a decisão sobre preço cabia apenas à diretoria da companhia.

Como efeito, a decisão dos reajustes, anunciada hoje, foi recebida com indignação pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que pediu a renúncia imediata do presidente da companhia, José Mauro Coelho.

Ainda ontem 17 de junho, o Presidente Jair Bolsonaro informou que a Petrobras “pode mergulhar o Brasil num caos”. A declaração foi dada por meio das suas redes sociais.

“O governo federal  é contrário a qualquer novo aumento, não apenas pelos exorbitantes lucros da Petrobras em plena crise global, mas também como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, disse.

Para ele, a Petrobras não deve continuar usando a paridade de preços internacionais, que obriga a companhia a reajustar os preços dos combustíveis seguindo variação do barril de petróleo no exterior.

Jose Mauro Coelho foi indicado pelo presidente Bolsonaro para presidir a companhia, porém segue praticando a política de preços implementada sob o governo de Michel Temer, na qual os preços dos combustíveis no mercado interno acompanham as cotações internacionais.

A fim de tentar mudar essa política. Bolsonaro indicou um novo nome para presidir a empresa, o de Caio Mário de Andrade, todavia sua posse depende de aprovação em assembleia de acionistas e do conselho de administração.

Além disso é de se lembrar que, mesmo após o reajuste anunciado hoje, a defasagem de preços continua.

Considerando os cálculos da corretora Ativa, os preços praticados pela Companhia Petrobras para a gasolina estavam 41,2% abaixo das cotações praticadas no Golfo americano até hoje, percentual que vai cair para 33,8% após o reajuste que passa a valer amanhã.