O Banco Nubank, uma das principais instituições financeiras digitais do Brasil voltada para pessoas físicas, decidiu intensificar suas atividades no setor empresarial, onde já conta com 4 milhões de clientes.
Em comunicado nesta quarta-feira, 27, o banco anunciou o lançamento de sua linha de empréstimos destinada a pessoas jurídicas, com foco inicial em capital de giro.
A incursão do Nubank no segmento empresarial teve início em 2019, quando lançou sua primeira conta corrente para empresas. Segundo Livia Chanes, CEO do Nubank Brasil, a iniciativa surgiu em resposta à crescente demanda de clientes pessoas físicas satisfeitos com os serviços digitais da fintech, que também almejavam soluções para suas empresas, livres de tarifas. Um em cada quatro clientes do Nubank é empreendedor.
No primeiro ano de sua oferta, a conta empresarial registrou a abertura de 50 mil contas, número que saltou para 2,5 milhões em 2022, 3,5 milhões no ano passado e agora atinge 4 milhões. "Somos a instituição financeira com o maior número de contas empresariais abertas no Brasil", destacou a executiva em entrevista à imprensa.
Para liderar essa iniciativa, o banco contratou Maximiliano Damian, com experiência em empresas como Mercado Pago e Itaú.
Inicialmente direcionado a microempresas enquadradas como MEI, o Nubank ampliou gradualmente seu alcance para empresas de maior porte, mantendo-se no universo das pequenas companhias.
Atualmente, 42% dos clientes empresariais não são mais MEI, sendo em sua maioria empresas com faturamento anual em torno de R$ 5 milhões. A CEO ressalta que não há planos imediatos de expansão para outros segmentos, como médias empresas.
Para seus clientes empresariais, o Nubank oferece uma gama de produtos, incluindo cartão de crédito, conta corrente, investimentos e soluções de pagamento, como a possibilidade de receber pagamentos em estabelecimentos comerciais através do celular da empresa.
A conta empresarial do Nubank é isenta de tarifas, exceto para alguns serviços específicos, como impressão de boletos e transações de recebimento de pagamentos. Estima-se que as pequenas empresas tenham economizado R$ 474 milhões em taxas.
A receita do banco provém dos juros sobre operações com cartões, depósitos e investimentos das empresas, além das taxas cobradas em transações com cartões.
Entre os números divulgados pelo banco, destacam-se 570 milhões de transações por Pix realizadas por empresas e 600 mil clientes que obtiveram seu primeiro cartão de crédito empresarial através da fintech.
O próximo passo inclui o lançamento de produtos de empréstimos, com a primeira linha focada em capital de giro, sem necessidade de garantia, já em fase de testes pelo banco.
O processo será gradual, visando avaliar o risco do setor e o comportamento de inadimplência. Em fases subsequentes, o banco poderá oferecer linhas de crédito com garantia.
O Brasil é o único mercado em que o Nubank oferece serviços para pessoas jurídicas. Em outros mercados, como México e Colômbia, as operações estão em estágios mais iniciais. No México, o banco começou a oferecer contas correntes para pessoas físicas no ano passado.
Sobre o risco de crédito das pequenas empresas, Chanes observa que a taxa de mortalidade é alta e que esses negócios são os primeiros a sentir as variações econômicas.
No entanto, o Nubank, com sua abordagem sem agências, possui custos operacionais significativamente menores que seus concorrentes, o que lhe permite assumir operações que não seriam viáveis em outros modelos de negócios. Além disso, o banco utiliza uma abordagem semelhante à aplicada às pessoas físicas, testando gradualmente o crédito para cada cliente e avaliando seu histórico de pagamento, uma estratégia que pode ser replicada no segmento empresarial.
Além dos produtos de empréstimos, o Nubank anunciou outros serviços para clientes empresariais, como a emissão de nota fiscal pelo computador e a possibilidade de conceder acesso ao aplicativo do banco para sócios e funcionários.
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